No próximo sábado, 23 de agosto de 2025, a comunidade do Guará tem um encontro marcado no tradicional Quiosque do Seu Quirino, na QE 01, esquina do Conjunto L, no Guará I. A partir das 10h, familiares, amigos e vizinhos se reúnem para celebrar os 92 anos de vida de Antônio Quirino de Almeida, conhecido carinhosamente como Seu Quirino. A festa terá torneio de dominó, boa música e muita confraternização, em um evento que promete ser mais que um aniversário: será uma homenagem à história de um dos pioneiros mais queridos da cidade.
De Minas para o coração do Guará
Nascido em 3 de agosto de 1933, na cidade mineira de Santa Bárbara, Seu Quirino chegou a Brasília em 1960, quando a capital ainda se erguia em meio ao cerrado. Dois anos depois, em 1962, casou-se com Aldenora Ribeiro de Almeida, cearense de Fortaleza com quem construiu uma família numerosa e sólida: seis filhos – Sérgio, Sandra, Solange, Araceli, Sinei e Samir. Dessa união nasceram netos, bisnetos e até tataranetos, que hoje formam várias gerações unidas em torno da figura do patriarca.
Em 1968, ele se mudou para o Guará, ainda em seus primeiros anos de formação. “Naquele tempo era tudo no lampião. Não tinha luz, não tinha nada. Eram só as casas do mutirão e muito mato”, recorda. Desde então, acompanhou de perto as mudanças da cidade, que passou de um núcleo de casas simples para uma das regiões administrativas mais desenvolvidas do Distrito Federal.
Trabalho e dedicação
Durante sua trajetória profissional, Seu Quirino atuou na Fundação Educacional, no Colégio Caseb, entre 1960 e 1977, contribuindo para a formação de gerações de estudantes. Em seguida, em 1977, ingressou na Secretaria de Segurança, onde permaneceu até a aposentadoria, em dezembro de 1990. “Foram anos de muito trabalho. Muitas vezes eu só via meus filhos nos fins de semana”, relembra.
Mesmo aposentado, ele nunca deixou de se manter ativo, seja cuidando da família, seja se dedicando ao comércio local.
O Quiosque: ponto de encontro da comunidade
Um dos símbolos de sua trajetória no Guará é o Quiosque do Seu Quirino, espaço que há mais de 30 anos serve como ponto de encontro de amigos e conhecidos. Herdado da família e reconstruído ao longo dos anos, o quiosque se tornou um verdadeiro centro de convivência, onde histórias são compartilhadas diariamente.
“Esse quiosque é mais que um comércio, é um lugar de amizade. Todo mundo aqui já passou por ele em algum momento”, comenta um dos frequentadores mais antigos.
Paixões e simplicidade
Apesar da idade, Seu Quirino mantém uma rotina ativa: gosta de caminhar, faz exercícios leves e cultiva o gosto por jogos de mesa, especialmente o dominó, sua paixão declarada. Cruzeirense de coração, acompanha o futebol sem fanatismo, prefere a companhia da família e a alegria das conversas no quiosque.
Sobre o segredo da longevidade, ele responde com humildade: “Isso aí só Deus sabe. Sempre me alimentei de forma simples: arroz, feijão, verdura. Nunca fui de frescura com comida. O resto é caminhar, se divertir e viver cada dia”.
Um pedaço da história viva do Guará
Hoje, aos 92 anos, Seu Quirino representa um dos poucos pioneiros ainda vivos do Guará, testemunha ocular da transformação da cidade. Ele viu a cidade nascer praticamente do zero, se desenvolveu junto com a comunidade e, até hoje, mantém viva a essência da convivência simples e fraterna que marcou as primeiras décadas do Guará.
A comemoração do dia 23 de agosto será, portanto, mais do que uma festa: será uma celebração da memória coletiva da cidade, um reencontro entre gerações e um reconhecimento da importância de valorizar aqueles que ajudaram a construir a identidade do Guará.
“Eu sempre gostei do Guará. Aqui foi onde eu me encontrei, criei minha família e fiz minha vida. É aqui que quero continuar até o fim”, afirma Seu Quirino, com o mesmo sorriso sereno que, há mais de meio século, ilumina o Guará I.
Seu Quirino merece uma homenagem da Administração do Guará e da Câmara Legislativa do DF. Ele não só foi um dos pioneiros, ditos "Candangos" de Brasília, como ajudou a construir o Guará que foi erguido no mutirão. Ele é a memória viva do Guará e de Brasília. Merece mais respeito e carinho.
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