A Feira do Guará, um dos espaços mais tradicionais e importantes do Distrito Federal, continua sendo vítima de um ciclo cruel de abandono, promessas não cumpridas e desprezo por parte do Governo do Distrito Federal (GDF). O caso mais simbólico — e revoltante — é o da reforma do telhado, prometida em alto e bom som pelo governador Ibaneis Rocha durante sua visita à feira em 2021. Quase quatro anos depois, nada foi feito. O que existe hoje é uma estrutura precária, deteriorada, que coloca em risco a integridade física de feirantes e frequentadores.
Em plena campanha de reeleição, Ibaneis comeu pastel, apertou mãos e prometeu recuperar os 13 mil metros quadrados do telhado da feira. O compromisso incluía a aplicação de poliureia — tecnologia de alta durabilidade — para acabar com os vazamentos crônicos que castigam os trabalhadores e consumidores em dias de chuva. Também foram prometidas melhorias em banheiros, pisos e estruturas metálicas. Mas o que se viu foi um arremedo de obra, superficial, mal feita e sem qualquer impacto real.
A aplicação de poliureia nunca aconteceu. No lugar, colocaram uma manta barata que não resolveu absolutamente nada. O telhado segue vazando, e a feira, mesmo com R$ 1,5 milhão “investidos”, continua em péssimas condições. O valor foi simplesmente desperdiçado em intervenções cosméticas — pintura de alambrados já descascando, aplicação de resina sobre piso mal preparado, e banheiros reformados apenas no papel.
Para completar o escárnio, em janeiro deste ano, o presidente da Novacap, Fernando Leite, chegou a receber o administrador regional do Guará e uma comissão de feirantes para anunciar que a licitação para, enfim, fazer a obra do telhado ocorreria em março. Já estamos em meados de junho e... silêncio total. Nem licitação, nem cronograma, nem satisfação à comunidade.
Enquanto isso, outras 11 feiras do DF entraram na lista de reformas do GDF, com contratos já assinados, ordens de serviço prestes a ser emitidas e cronogramas em andamento. A Feira do Guará, por sua vez, segue esquecida. A escolha de quais feiras foram priorizadas foi feita com base em “critérios técnicos” — mas o que se vê é que, mais uma vez, o Guará ficou de fora.
O recado do governo é claro: promessa de campanha não vale nada. A Feira do Guará foi usada como vitrine eleitoral, mas depois descartada como se fosse um problema a ser empurrado para baixo do tapete.
Pior: enquanto abandona a feira em termos estruturais, o GDF parece mais interessado em intervir politicamente na sua gestão, tentando enfraquecer a atual associação legítima dos feirantes e impor uma nova entidade por meio de assembleias esvaziadas e estratégias autoritárias. Em vez de entregar o telhado que prometeu, o governo prefere mexer nas bancas dos trabalhadores e fomentar divisões internas.
A pergunta que fica é: até quando a Feira do Guará será tratada como um problema e não como um patrimônio? Até quando as promessas de campanha serão varridas para o esquecimento, enquanto os feirantes se viram como podem debaixo de goteiras e lonas improvisadas?
Governador, a Feira do Guará não precisa de desculpas nem de politicagem. Precisa de um telhado novo, decente, como o senhor prometeu. Cumpra a sua palavra. Respeite o Guará.
O governo vai investir em reforma de feiras vazias, desocupadas pelas licitações absurdas realizada com objetivo de acabar com as feiras de Brasília, enquanto a feira com o maior índice de ocupação de boxes que é a feira do Guará, aguarda a reforma do telhado e a individualização da luz da ala nova!
ResponderExcluirFabricia
ResponderExcluirmais uma vez o Guará fica com a goteira na cabeça e a promessa no papel. Vergonha! O telhado é prioridade, governador — politicagem não paga conta nem segura chuva.
ResponderExcluirCFeira do Guará: vitrine na eleição, abandono na gestão. A conta quem paga é o feirante pingando embaixo da lona. Cumpra o que prometeu, governador!
ExcluirGuará cansou de promessa requentada. Queremos o telhado, não assembleia fantasma nem líder fantoche. Respeito já!
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