Moradores cobram mais ações contra o abandono da QE/QI 05
Depois de inúmeras ouvidorias, ofícios e solicitações feitas pela prefeitura comunitária e moradores da QE/QI 05, a Administração Regional do Guará finalmente enviou, nesta segunda-feira (19), uma equipe à Praça da Paz para realizar serviços de limpeza. A ação foi executada por internos da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAPE), sob fiscalização de agentes penitenciários, e incluiu roçagem, capina e limpeza nas quadras poliesportivas e no parquinho infantil.
Embora o esforço pontual tenha sido reconhecido pela comunidade, a avaliação geral é de que ainda está muito aquém do necessário. O prefeito comunitário Wanderson Ferreira reforça que o gesto representa apenas um pequeno alívio em meio ao abandono crônico que afeta a primeira quadra do Guará. “Estamos agradecidos por esse atendimento, mas não podemos fingir que isso resolve os problemas. A Praça da Paz precisa mais do que limpeza ocasional. Precisamos de manutenção contínua, segurança, iluminação e projetos que revitalizem o espaço como ponto de convivência”, afirma.
A ação ocorre após uma série de denúncias feitas por Wanderson à imprensa e por meio de canais institucionais como Participa DF, Ilumina DF e a Ouvidoria da Administração. Em abril, ele classificou a situação da quadra como uma “vergonha institucionalizada”. Segundo ele, a omissão da Administração Regional do Guará, sob a gestão do administrador Arthur Nogueira, tem deixado a comunidade entregue à própria sorte.
Entre a sombra do abandono e a luta da comunidade
O maior símbolo do descaso no Guará é a precariedade da iluminação pública. É comum ver postes com lâmpadas queimadas, ruas inteiras às escuras e cruzamentos perigosos, o que compromete diretamente a segurança dos moradores. “Iluminação pública é questão de segurança. Sem ela, aumentam os riscos de assaltos, acidentes e o medo de sair de casa”, denuncia Wanderson, representante da prefeitura comunitária da QE/QI 05.
Mas o problema vai além da escuridão: praças degradadas, calçadas quebradas, brinquedos danificados e terrenos tomados pelo mato compõem o cenário de abandono que se impõe sobre a primeira quadra da cidade. Diante da negligência, moradores têm tomado para si tarefas básicas de manutenção urbana, como capinar áreas públicas e recolher lixo. “Isso é absurdo. A responsabilidade é do Estado, não da população”, critica Wanderson.
Apesar do descaso, a prefeitura comunitária da QE/QI 05 atua de forma ativa, mobilizando a vizinhança, propondo melhorias e utilizando grupos de WhatsApp e canais oficiais para registrar demandas. Algumas conquistas foram alcançadas, como a reposição de lâmpadas em pontos críticos da quadra e uma aproximação maior com órgãos públicos.
Ainda assim, os problemas estruturais persistem. “As calçadas continuam esburacadas, os parquinhos sem pintura, e os jovens seguem sem espaços adequados para atividades de lazer e cultura”, afirma. Um dos maiores símbolos do abandono é a promessa não cumprida da revitalização da Praça da Paz — que, mesmo sendo central para a comunidade, permanece sem reformas, bancos novos, brinquedos adequados, iluminação eficiente, acessibilidade ou qualquer programação permanente.
A comunidade reconhece os avanços pontuais, mas quer mais do que ações emergenciais e mutirões esporádicos. “Não queremos maquiagem. Queremos planejamento, execução e continuidade”, resume Wanderson. A cobrança é direta: que a Administração Regional do Guará cumpra seu papel e devolva dignidade aos moradores.
A população está cansada de discursos vazios. A praça está cansada de abandono. E o Guará exige respeito.
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