O Comiter do Guará foi um dos destaques do Encontro Regional dos Comitês de Plantio de Árvores do Distrito Federal, as quatro atitudes para se passar por esse tempo de aflição na Terra
Na manhã do último domingo, 9 de junho, aconteceu o 3º Encontro Regional dos Comitês de Plantio de Árvores do Distrito Federal, reunindo mais de cem voluntários do Movimento Regenerativo Tempo de Plantar.
O evento aconteceu dentro da programação da Semana do Meio Ambiente, realizada pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal, no Parque da Cidade, Estacionamento 12, em Brasília. E foi um marco, onde houve a celebração do quinto ano do movimento. E se celebrou o primeiro ano do decreto que oficializou o Dia de Plantar uma Árvore nativa do Cerrado, todo primeiro domingo de dezembro, de cada ano no Distrito Federal.
O DF foi o primeiro ente federativo do Brasil, a ter um dia oficial para se mobilizar a sociedade para viver uma experiência de regeneração, de plantar e cuidar de mudas de árvores nativas do bioma. Outras, cidades como Juazeiro do Norte, CE, Belo Horizonte, MG, e Alto Paraíso de Goiás, também já oficializaram o primeiro domingo de dezembro, como o Dia de Plantar, o movimento atua para que seja uma data nacional.
Na abertura do encontro, o presidente do Instituto Regenerativo Tempo de Plantar, Paulo César Araújo, destacou que nesse tempo de aflição em que mundo vive. É exigido de todos nós cidadãos quatro atitudes, que se completam entre si e que não precisam ser nessa ordem.
A resistência, é preciso resistir aos modelos econômicos da sociedade do consumo, das sociedades antropocêntricas, o capitalismo predatório e exponencial, infinito que esgotam todos os recursos da Terra, para se viver a distopia, que contagia parte da humanidade, que é extinguir a vida na Terra, e tentar colonizar e sobreviver em outros planetas.
A resiliência, a nossa capacidade de sobrevivermos, nos manter vivos, às intempéries desse tempo distópico, à crise climática, à fome, à guerras, às doenças emocionais, as pandemias, ao colapso do sistema, com a polarização das ideologias que nos cega na intolerância de não enxergar a humanidade que existe no outro, com a banalização do mal.
A reconexão, nos reconectar com a natureza, com o nosso real propósito de vida, não somos aquilo que os algoritmos nos induzem e dizem ou querem que sejamos, os consumidores da Terra. É preciso relembrar quem somos nós. Nos reconectar com a nossa centelha divina, a nossa luz, que habita em cada um de nós. E viver uma vida com propósito.
A regeneração, precisamos regenerar a Terra, restaurar os nossos ecossistemas, regenerar as nossas relações, consigo mesmo, uns com os outros e com a natureza. O caminho para termos essas quatro atitudes é pela experiência de nos colocar em movimento, em ação, sugere ele.
O Movimento Regenerativo Tempo de Plantar, atua pela última. E anualmente mobiliza a sociedade para viver a experiência de plantar e cuidar de uma muda de árvore nativa do seu bioma . “Plantar árvores é uma das iniciativas mais eficazes para mitigar a crise climática, além de ser a nossa conexão entre o Céu e a Terra”. “E cada muda de árvore plantada é um passo em direção a um futuro regenerativo, pois a sustentabilidade não será suficiente, para nos salvar de nós mesmos”, afirmou em tom de alerta.
Importância das Árvores na Mitigação da Crise Climática
A eficácia do plantio de árvores como estratégia de mitigação da crise climática é amplamente respaldada por dados científicos. Estudos mostram que as florestas desempenham um papel crucial na absorção de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as florestas absorvem aproximadamente 2,6 bilhões de toneladas de CO2 por ano, cerca de um terço das emissões totais de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento.
Além disso, pesquisas publicadas na revista Science indicam que o aumento da cobertura florestal pode ser uma das formas mais eficazes de combater a mudança climática. Estima-se que o restauro de florestas degradadas e o plantio de novas árvores poderiam capturar até 205 bilhões de toneladas de CO2, reduzindo significativamente a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
Compromisso com o Cerrado
O Movimento Regenerativo Tempo de Plantar do Distrito Federal é dedicado à preservação do cerrado, um os biomas mais ricos em biodiversidade do mundo, e hoje também um dos mais ameaçados. A iniciativa de plantar árvores nativas não só ajuda a mitigar a crise climática, mas também contribui para a conservação da flora e fauna locais, promovendo um ecossistema mais equilibrado e resiliente.
Ao reunir a comunidade e promover a educação ecológica, o Instituto Regenerativo Tempo de Plantar, está criando uma geração mais consciente e engajada para mitigar a crise climática e na proteção da natureza, atuando pela sua sacralização da Terra, e com isso diminuir a separatividade da humanidade com a natureza.
Na ocasião, ainda foram entregues os Certificados Dia de Plantar 2023, concedidos aos cidadãos que plantaram mudas de árvores no Ciclo 2023-2024, terminando em março último.
A cerimônia contou ainda com a participação do Secretário do Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do Governo do Distrito Federal, Gutemberg Gomes, do Diretor de Educação Ambiental e Cidadania, do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Sorrentino, que na ocasião convidou o Secretário, a se engajar na realização do Encontro Nacional dos Abraçadores, Observadores e Plantadores de Árvores.
A cerimônia encerrou-se com uma Dança Circular, puxada pela focalizadora, Jéssica Nadyne, celebrando a regeneração.
O Movimento Regenerativo Tempo de Plantar do Distrito Federal, também apresentou na sua agenda para o Ciclo 2024-2025, dentre elas, iniciar o debate com a Sociedade e o Governo, para se instituir o “IPTU Verde”, com incentivos fiscais para quem cuida da natureza.
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