Câmara Legislativa Realiza Audiência Pública E Lançamento Da Frente Parlamentar “Cuidados Paliativos Nas Abordagens De Saúde”

Na manhã da próxima terça-feira (24), a Câmara Legislativa do Distrito Federal realizará uma a audiência pública para debater os “Cuidados Paliativos nas Abordagens de Saúde” e, na oportunidade, lançará uma frente parlamentar sobre a temática.

O evento, proposto pelos distritais Dayse Amarilio (PSB) e Fábio Félix (PSOL), acontecerá no Plenário da Casa, às 9h30.

Segundo Dayse Amarilio, que é enfermeira por formação, o debate sobre cuidados paliativos é crucial, pois concentra-se na melhoria da qualidade de vida e bem-estar das pessoas que enfrentam doenças graves e terminais.

“É preciso que entendamos a importância dos cuidados paliativos para aliviar o sofrimento físico, emocional e psicossocial dos pacientes, respeitando a autonomia dos mesmos. Além disso, também é necessário oferecer apoio às suas famílias, com objetivo de reduzir os custos com cuidados de saúde e garantir uma experiência digna no final da vida”, diz a distrital.

Para ela, “discussões abertas sobre cuidados paliativos desmistificam o tema, promovem uma abordagem mais humanizada à medicina e levam a melhoria nos padrões de atendimento e educação em saúde”.

“Em resumo, o debate sobre cuidados paliativos é essencial para melhorar a compreensão e a implementação adequada de abordagens que priorizam o conforto e a dignidade do paciente ao longo de sua jornada”, destaca.

Já para Fábio Félix, “o lançamento dessa Frente Parlamentar é fundamental para garantir o direito à uma vida digna aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos, que aliviam não só o sofrimento do paciente, mas também da família, dos cuidadores e da rede de apoio”.

“É dever do Estado implementar políticas públicas nesse sentido e oferecer uma assistência humanizada e profissionalizada, que proporcione uma vivência menos dolorosa aos que necessitam”, defende o parlamentar.

Foram convidados para o evento a Secretária de Saúde do DF, a Sra. Lucilene Florêncio; uma enfermeira e uma médica paliativistas; um representante o Instituto Brasileiro de Direito do Paciente (IBDPAC); uma advogada e um representante da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do DF.

Dia Mundial de Cuidados Paliativos – No último dia 14 de outubro, comemorou-se o Dia Mundial de Cuidados Paliativos. Essa é uma data para lembrar e apoiar essa abordagem de cuidados criada para melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares.

Segundo a pesquisa do Atlas de Cuidados Paliativos publicada pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos, feita em 2019 no Brasil, foram identificados 191 serviços cadastrados. A maioria teve início a partir de 2010, mostrando a crescente disseminação e relevância dos cuidados paliativos na realidade nacional. Na mesma publicação da ANCP, foi identificado que 50% dos serviços eram públicos, 36% pertenciam à iniciativa privada e 14% eram mistos. Ou seja, apenas um serviço oferecido para cada 1,33 milhão de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), e aproximadamente um para cada 496 mil usuários do sistema de saúde suplementar.

De acordo com esses dados fica evidente que é urgente que trabalhemos para desestigmatizar, apoiar e incentivar os cuidados paliativos, pois quanto mais cedo se começa o acompanhamento com esses tipos de cuidados, melhor é para o paciente que ganha em sobrevida e para sua família que se sente mais amparada.

Tratamento conjunto – O tratamento de uma doença grave atinge não só o paciente, mas também seus familiares. Por isso, é preciso que ele se dê de forma conjunta, com uma equipe que inclua enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e demais parceiros como odontólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, capelães, entre outros profissionais. Uma equipe multidisciplinar é fundamental para lidar com a grande demanda de necessidades tanto dos pacientes, como de suas famílias numa ocasião tão sensível e delicada.