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Reciclando o Futuro e Lion Sound fecham parceria para promoção de atividades culturais no Guará

O Instituto Reciclando o Futuro, idealizado pela auditora do Tesouro Nacional, a carioca Renata D´Aguiar e presidido pela Missionária Fabiana Lacerda, e a Lion Sound, comandada pelo ex-Conselheiro Regional de Cultura do Guará e promotor cultural, o maranhense DJ Henrique Lion, firmaram, essa semana, parceria para promoção de eventos culturais com foco ao incentivo ao empreendedorismo, com o objetivo de fomentar o empoderamento feminino. Entre esses eventos destaque para as Feiras de Arte nos espaços públicos do Guará.

Reciclando o Futuro e Renata D´Aguiar

O Instituto Reciclando o Futuro é uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos, formalizado em 2017, por Renata d'Aguiar e por catadores do antigo lixão da Estrutural. Inicialmente, foram realizadas palestras com objetivo de conscientizar os jovens do Distrito Federal sobre a realidade dos catadores do antigo lixão da Estrutural. As palestras foram realizadas pelos próprios catadores e, dessa forma, muitos deixaram de ser invisíveis para muitos jovens brasilienses.

O resultado foi a integração de novos voluntários ao Reciclando o Futuro, que ajudaram na construção de cursos de capacitação e de outras ações destinadas aos catadores, e o aumento da autoestima dos palestrantes, que perceberam que também têm muito a contribuir com a sociedade através das suas experiências de vida. A venda do material coletado do lixão era a única forma de renda de muitos moradores daquela região. No momento posterior ao seu fechamento, muitos catadores que não faziam parte de cooperativas não foram alocados nos galpões de reciclagem construídos pelo Governo do Distrito Federal, ficando imersos em uma situação de extrema miséria. Entre 2017 e 2021, a atuação do Instituto se estendeu para outras comunidades do Distrito Federal.

Além das pessoas em situação de vulnerabilidade econômica, os voluntários também apresentaram grande desenvolvimento pessoal e profissional com a participação nas atividades do Instituto. Essa situação ficou ainda mais evidente, após o início da pandemia provocada pelo Coronavírus, em 2020. Em decorrência da situação de isolamento social, as ações do Reciclando mantiveram os parceiros e os voluntários unidos, tendo sido um grande suporte emocional aos participantes do Instituto. Além disso, a crise evidenciou outras situações de vulnerabilidade no Distrito Federal: houve um aumento expressivo dos casos de violência contra mulher,  nas comunidades atendidas, e um aumento da depressão entre a população idosa, que tem se sentido extremamente isolada, desde o início da pandemia.

 

A idealizadora do Reciclando o Futuro, Renata d’Aguiar, nasceu no Rio de Janeiro, em 07/11/1988. Veio para Brasília sozinha, em 2014, após passar para o concurso do Tesouro Nacional.

O Reciclando nasceu em Santa Luzia, na Cidade Estrutural, a partir do relacionamento que Renata estabeleceu com catadores do antigo lixão. Com o fechamento do lixão, muitos passaram a viver em uma situação ainda mais precária pela falta de conhecimento sobre outro ofício e por não terem sido alocados nos galpões construídos pelo governo para continuarem atuando como catadores. Os voluntários do Reciclando se dispuseram a ensiná-los atividades de panificação e de confeitaria, para que pudessem gerar uma renda extra e sobreviver.


Em 2018, as atividades do Reciclando o Futuro se expandiram para outras cidades. A comunidade do Sol Nascente também passou a desfrutar de oficinas de capacitação do Reciclando, ensinadas pelos próprios assistidos que foram anteriormente capacitados pelo projeto.

A pandemia agravou muito a situação de vulnerabilidade econômica, mesmo na capital do país. Com a suspensão das atividades presenciais determinadas pelo governo, os esforços do Reciclando passaram a se concentrar em atividades emergenciais, tais como: doação de cestas básicas, de cestas verdes e de kits de limpeza, e o Instituto passou a atender diversas comunidades, em diferentes cidades do Distrito Federal, que solicitaram ajuda.

Lion Sound e DJ Henrique Lion

O DJ Henrique Lion é filho da artista plástica maranhense Graça Santos (in memorian), desde criança se interessou pela literatura, pela música e pela cultura popular, sendo o carnaval, o bumba-meu-boi e o reggae suas grandes paixões. Começou a militar no movimento cultural muito cedo, colaborando com poesias em diversos jornais escolares, com composições em festivais de música, em organização de eventos culturais, por meio dos Grêmios Estudantis, e atuando ainda nas celebrações do “Ciclo Quaresmal” ludovicense.

Em 1986, aos quatorze anos tem seu primeiro contato como participe do processo de cultura popular ao ingressar em um dos mais antigos blocos de carnaval de São Luís, o tradicional bloco “Os Vigaristas”.

Ingressa em 1991 na Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, que promove as seculares procissões da Fugida do Encontro e do Senhor Morto, depois de colaborar por vários anos com a Irmandade na preparação das celebrações. Nesse período teve contato direto com o senhor Augusto Aranha um dos poucos remanescentes das antigas confrarias, onde realizou uma ampla pesquisa sobre as Procissões Quaresmais e sobre as irmandades religiosas da capital maranhense. Após Ingressar na Irmandade dos Navegantes reorganiza a Irmandade do Senhor Bom Jesus da Coluna, recuperando e agrupando boa parte do seu acervo. No mesmo período realiza gestões junto a Secretaria de Cultura para restaurar a capela, que se encontrava fechada para a comunidade desde 1966, articula e alcança o retorno da procissão em 1992. Esse movimento de retomada da Irmandade da Coluna propiciou em 1993 o retorno de todas as celebrações do período, tendo Henrique Machado participado, ainda, da retomada da procissão do Bom Jesus da Cana Verde, na Igreja do Desterro.

Na cultura popular atuou de 1986 a 2000, como ritmista e compositor de diversos grupos dos ciclos carnavalesco e junino, integrando os blocos Os Vigaristas, Os Versáteis, Os Feras, Os Foliões, Os Brasinhas, Os Tremendões e Os Trapalhões. Participou ainda da orquestra do Boi de Fita, da percussão do Boi da Madre Deus e do Blocão do Bicho Terra.

Na música optou pelo regionalismo com dezenas de composições em parcerias com grandes nomes da Música Popular Maranhense como Ubiratan Souza, Roberto Ricci, Sérgio Brenha, Maestro Chico Pinheiro e Uimar Cavalcante (in. memoriam).  De maneira mais diversificada e numerosa, trabalhou em parceria com o cantor e compositor Coqueyro da Villa, abastecendo o repertório de diversos grupos folclóricos da cidade. 

Em 2000 adota o Distrito Federal como sua nova casa onde, primeiramente, residiu na Asa Norte, onde dá início ao projeto de cultura popular “O Maranhão Está Aqui” com apresentações na Comercial da 215/216 dos blocos Os Feras e Os Foliões e do Boi de Seu Teodoro. Em 2002 participa da fundação do bloco carnavalesco As Virgens da Ponta da Asa, integrando sua bateria até 2005, quando muda para o Guará.

No Guará em 2007 dá andamento ao projeto “O Maranhão Está Aqui” e o antigo Arco da Cultura, na Feira do Guará, é o local escolhido para receber o bloco Os Feras. Em novembro do mesmo ano, também no Arco da Cultura, promove um evento para comemorar a Semana da Consciência Negra.  

Em 2008 é convidado pelo deputado federal catarinense João Matos para integrar a assessoria de imprensa da Comissão de Educação e Cultura, onde em parceria com o jornalista Fernando Isoppo, implanta o primeiro blog institucional do Congresso Nacional para melhorar a interação da Comissão com os entes educacionais e culturais. Por meio do blog a Comissão foi pioneira na utilização do vídeo chat, o que propiciou a primeira transmissão de um evento legislativo fora das dependências da Câmara dos Deputados: o Seminário Regional para elaboração do Plano Nacional de Cultura, na Bahia. Dessa parceria surgiu ainda a plataforma “Brasil Misturado” um almanaque virtual da cultura brasileira.

Em 2010 começa a integrar a bateria da Escola de Samba Império do Guará, onde é atualmente diretor de Imprensa. Em 2014 assume a co-curadoria da exposição expográfica e itinerante alusiva aos 25 anos da Lei Orgânica da Assistência Social, promovida pela Câmara dos Deputados em Brasília e no Amapá.  

Em 2015 assume a Prefeitura Comunitária da QE 40 com foco na cultura e lazer da quadra. Realiza o lançamento do livro do poeta da quadra Henrique Pereira, viabilizando ainda o apoio junto ao comércio local para realização, na Praça Itajubá, dos projetos “Adote um Banco”, do artista plástico e atual gerente de Cultura da cidade, Julimar dos Santos, e da “Geladeira do Livro”.  

Em 2019, em parceria com a Banda Deus Preto, promove o “Jam Polo Reggae”, onde estreia como DJ do estilo. Como DJ já se apresentou, somente em 2019, em diversos projetos sociais da cidade com destaque para a “Rua do Lazer”, o “Terceiro Torneio de Basquete de Rua do Guará”, o “Reggando as Flores” e o “Carnaval com Saúde e Beleza” na Comercial da QE 04/QI 08.

No período pós-pandemia com o retorno dos eventos culturais o DJ e sua Lion Sound são figurinhas carimbadas nos eventos da cidade tanto como artista e/ou produtor, com destaque para a Feira de Arte da QE04, a Expoarte 40, o Guará Soundsystem Party e a II Edição do Jam Polo Reggae.


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