Associação dos Feirantes impede apresentação de músico de forma truculenta e o Arco da Cultura está abandonado
Na tarde de sábado 20 de fevereiro o musico Dinho Alameda e sua família foram impedidos de tocar e apresentar sua arte na Feira do Guará. O Presidente da Associação do Comércio Varejista dos Feirantes do Guará (Ascofeg), Cristiano Jales, e mais dois seguranças interromperam a apresentação, que não estava gerando nenhuma aglomeração, mas alegrando os feirantes e frequentadores da Feira nessa tarde chuvosa.
A Gerência de Cultura da Adminisração do Guará está elaborando um parecer junto ao Conselho Regional de Cultura que será enviado para a Comissão de Cultura, Esporte e Lazer da OAB/DF, Conselho de Cultura do Distrito Federal (CCDF), Secretária de Cultura e Economia Criativa (SECEC), Fórum de Cultura, Frente Unificada de Cultura, Fórum de Gerentes de Cultura e Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O gerente de Cultura Julimar dos Santos irá pessoalmente a Administração da Feira, junto com representantes do Conselho Regional de Cultura entregar o parecer e uma Nota de Repúdio e cobrar explicações da presidência da Associação, é inadmissível que em uma das Feiras das mais tradicionais do Distrito Federal, e um dos principais pontos turísticos do Guará trate os artista locais ou visitantes dessa forma, não iremos tolerar esse tipo de atitude, afinal as Feiras Populares é um espaço de preservação da Cultura Popular Brasileira.
Em conversa com produtores da cidade Cristiano Jales, afirma que não mandou parar de tocar, pediu para mudar o local por conta do volume do som já que os feirantes estavam reclamando.
Divórcio da Feira com a Cultura
Não é de hoje que os seguranças, por orientação da Associação dos Feirantes vem impedindo a realização das apresentações de artistas, principalmente os artistas de rua, em suas instalações, sem falar do Arco da Feira, que se transformou em apenas um espaço de jogatina. A Associação dos Feirantes precisa repensar seu papel social e de difusor da cultura em nossa comunidade.
Segundo o produtor cultural Miguel Edgar esses seguranças da feira já o intimidaram a ter que parar um show que tinha autorização até as 22 h. "Me disseram que se eu não parasse às 18 h eles iam fechar os portões do Arco.
Julimar dos Santos afirmou que é de partir o coração, são artistas que só queremos levar amor e beleza para o mundo. "Não entendo esse ódio pelos artistas no Brasil. "Eles não tem noção da briga que se enfiaram, não mecham com os artistas, não estamos só, mesmo isolados e distante estamos unidos"
Ainda no ano passado o editor do Folha do Guará, Henrique Machado, também presenciou uma cena parecida, dessa vez foi com o musicista e artista de rua Lucas Moreira.
De acordo com o Henrique Machado, que atualmente integra o Conselho de Cultura do Guará, é inconcebível que queiram coibir, em nosso principal Patrimônio Cultural, as manifestações artísticas. "É triste ver como aqueles que exploram economicamente o local, não entendem o papel da Feira como centro fomentador da arte e da cultura."
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