A paralisação do trânsito, por cinco minutos, teve a
intenção de chamar a atenção da sociedade para o aumento dos casos de homicídios
de mulheres no Distrito Federal.
Aconteceu na última sexta-feira, 31 de janeiro, na Casa de Cultura do Guará, a nona edição do Sarau de Mulheres, promovido pelo coletivo Mulherau, o mais importante
movimento feminista do Distrito Federal, que destacou o protagonismo das
mulheres na arte, formação e resistência aos retrocessos sociais.
O encontro teve a intenção de contemplar a diversidade das mulheres
e dos seus processos de resistência, reunindo mães, educadoras, artistas,
empresárias, ativistas, de classe média, periferia, trans, radicais, entre
tantas outras. Foi uma noite para as mulheres compartilharem suas sensações e
visões e mostrarem a liberdade de suas escolhas, de seus corpos e vozes.
Na programação integrativa, independente e feminista oferecida pelo coletivo tivemos rodas de
conversas, música, exposição, microfone aberto, poesia, dança, performance,
consultoria jurídica e sororidade. Além de uma feirinha de artesanato, brechó,
comidas e bebidas.
O ponto alto da programação ficou por conta da paralisação
do trânsito, por cinco minutos, em uma da vias principais da cidade, com os
participantes carregando faia e velas acesas e gritando palavras de ordem
contra o Feminicídio.
Após o protesto as velas ficaram acesas ao lado do pares de sapatos pendurados na cerca da Casa de Cultura, que representavam as 40 mulheres assassinadas de janeiro de 2019 a janeiro de 2020 no DF.
Após o protesto as velas ficaram acesas ao lado do pares de sapatos pendurados na cerca da Casa de Cultura, que representavam as 40 mulheres assassinadas de janeiro de 2019 a janeiro de 2020 no DF.
De acordo com o produtor cultural Caio Lustosa, proprietário de um brechó na cidade, o convite
do Mulherau para participar do evento foi ótima porque é uma militância
pacífica e positiva. "Acredito que hoje em dia nós temos que ter algo
igual para mover as pessoa que não conhecem o assunto para interagirem. Sou gay
assumido e vejo que para o movimento LGBT essa proposta do Mulherau também é bem
interessante."
Para a advogada Marcela Lustosa o Mulherau abriu as portas
para que ela saísse de um casamento abusivo e hoje ela pode contribuir com a
mulheres do Guará. "O trabalho de orientação jurídica é para ajudar as
mulheres a se empoderar. A mulher ainda é muito subjulgada."
Para a estilita Fernanda Ferrugem, que desenvolve um trabalho a quinze anos com a marca "Ferrugem" no Guará, foi uma grande alegria mostrar seu produtos no sarau."É a primeira vez que estou participando desse sarau e estou muito feliz.
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