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O som do Violino pelo comércio do Guará I


Para quem vai realizar suas compras em algum comércio das quadras do Guará I é surpreendido pela doce melodia proveniente de um violino tocado habilmente pelas mãos do artista de rua guaraense Lucas Moreira. As belas melodias são ouvidas nas portas de supermercados, padarias e sacolões da cidade de segunda-feira à sexta-feira.

Atualmente na metade de uma licenciatura em música, Lucas Moreira, toca violino nas ruas para pagar suas contas. Já experimentou outras ocupações como garçom, caixa, bar, restaurante, comércio de rua, engenharia de redes pela metade (2011-2016) e há pouco tempo era dono de uma pequena empresa de marketing digital junto com a companheira Lís Carvalho.

Estuda música desde 2016. Em dois anos se tornou bolsista na melhor instituição de chorinho e ingressou no curso técnico de bandolim na Escola de Música de Brasília. Alguns dias depois, ingressou no curso de licenciatura em música da Universidade de Brasília.

"A música me salvou. Todos os dias eu penso em desistir, mas o universo dá voltas e a música é minha vida agora e sempre." afirmou o artista de rua.



Arte de Rua

A arte de rua não possui uma origem ou um criador exato. Na Grécia pré-socrática, os aedos homéricos eram cantores que discursavam em versos e música e percorriam a Grécia cantando um repertório de lendas e tradições populares. Tinham a função de envolver a platéia tanto pela melodia e pelo ritmo quanto pelos movimentos do artista e o sentido das falas. A mobilização ideológica também era exercida por eles.

Outra demonstração artística social pôde ser vista em meados do século XII, na Idade Média. Naquela época, a Literatura Portuguesa acabava de surgir e suas primeiras obras literárias eram elaboradas em versos, ou seja, em poemas.

Sem a invenção da prensa gráfica ou de jornais, os poemas medievais eram declamados em ruas, praças, festas e palácios com o objetivo exclusivo de divulgação. Como tinham acompanhamento musical, receberam o nome de cantigas ou trovas. 

O Trovador era o artista que tinha como missão realizar tais apresentações e deixar a todos, principalmente clero e reis, satisfeitos. Entretanto, além do poeta nobre, havia o poeta plebeu, apelidado de Jogral.

O Jogral provinha de uma classe popular, não pertencia a nobreza. Realizava performances mais simples e humildes para os senhorios das terras e assumia o papel de bufão, uma espécie de “bobo da corte” com suas sátiras, mágicas, acrobacias e mímica.

Nesta mesma época, as festas medievais populares contavam com apresentações teatrais, estruturadas em quadros de cena, que consistia em colocar os atores imóveis e congelados numa pose expressiva, dando a impressão de uma pintura. Mais tarde, nas mãos do francês Etienne Decrox nascia a mímica moderna. Para essa forma de arte, ele deu o nome de tableuaux vivants, ou seja, quadros vivos.

Todos os anos acontece na Holanda, na cidade de Arnhem, o Arnhem Mime Festival, evento que reúne estátuas vivas de todo o mundo. No Brasil, é possível encontrá-las em muitas esquinas, ruas e praças de cidades grandes.

A música também teve um papel importante na origem da arte urbana. O historiador Eric Hobsbawm relata em seu livro História Social do Jazz, que este ritmo musical nasceu nos Estados Unidos, no início do século XX, através de um movimento popular negro. Sua semente foi brotada nas regiões de New Orleans, Mississipi e Texas, por trabalhadores negros que após o serviço, tocavam nas ruas seus instrumentos musicais, como o saxofone e a clarineta, em uma maneira de se dispersar do cotidiano cansativo.       


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