Em 1985 o então governador José Ornelas, já no final do seu mandato, desenvolveu um programa de assentamento de famílias que moravam em invasões. Somente no Guará 523 famílias, que viviam precariamente, na Vila Luisão, Guarasinho, Vila Socó e Vila da CEB, ganharam terrenos do GDF.
Dois anos depois, mais 200 famílias provenientes da invasão da 110 Norte foram instaladas somente na QE38. De la prá cá, esse número cresceu e a quadra, localizada no Guará II, tornou-se uma das mais populosas da cidade, residindo ali, na sua grande maioria pessoas de baixa renda, provenientes da região Nordeste do país.
Uma quadra muito nova, sem infra-estrutura, com poucos equipamento públicos instalados, e os existentes, na grande maioria das vezes, sucateados. Aliado a falta de opções de lazer, de cultura, de práticas esportivas, de geração de emprego e renda para a população e apenas com o tráfico de drogas e a violência em suas portas, levaram a desvalorização dos imóveis e a debandada do antigos moradores para outras localidades.
Imóveis desvalorizados e alugados para qualquer pessoa fizeram com que a quadra fosse invadida por criminosos, traficantes e prostitutas transformando a região em uma das maiores manchas criminais do Distrito Federal, com uma rotina diária de brigas, assaltos, tiroteios e execuções no meio das ruas e em áreas públicas.
Por conta da má fama adquirida, dos inúmeros problemas estruturais, que afligiam aquela população, e principalmente do abandono da quadra pelo poder público, bem como o encerramento das atividades da Prefeitura Comunitária, também negligenciada, em 2015, o líder Comunitário Manoel Francisco da silva, o Quim resolveu tomar para sí o desafio de melhorar a qualidade de vida daquela população e de assistir aquela comunidade revitalizando sua Prefeitura Comunitária.
Desde então a QE38 vem melhorando e apresenta como grande conquista a redução considerável da violência e do tráfico de entorpecentes, por meio da parceria da prefeitura com as forças de segurança, com destaque para a 4º Delegacia de Polícia.
E o problema?
De acordo com o Prefeito Quim a quadra era muito perigosa e hoje qualquer pessoa pode andar tranquilamente pela quadra. “Quem quiser vir morar na Trinta e Oito pode vim que é a quadra para se morar. Eu pensei que nunca ia mudar, mas mudou “.
Entretanto, nem tudo são flores as praças estão abandonadas, as árvores precisam ser podadas, os parquinhos estão sem uma parte dos brinquedos, que foram levados para serem consertados e não retornaram, a quadra precisa de Pontos de Encontros Comunitários (PECs), falta a cobertura da quadra poliesportiva da Escola Classe 7 e a população precisa de mais creches comunitárias, a que tem não atende suficientemente as mães.
Além disso, as bocas de lobo não são suficientes, faltam nos conjuntos P, U, S e T, e as que estão instaladas, precisam de manutenção urgente, já que desceram de dez a quinze centímetros do nível do asfalto, causando inúmeros acidentes com os ciclistas, na sua grande maioria crianças, “, afirmou o prefeito.
De acordo com o prefeito o Posto de Saúde, apesar de vir atendendo a comunidade precisa melhorar em muito seu atendimento, já que os moradores precisam chegar às cinco da manhã e enfrentar fila para conseguir um atendimento.
“Precisamos de mais apoio do GDF e da Administração Regional para mudar essa realidade. Por parte da prefeitura estamos trabalhando e viabilizando a instalação de um Restaurante Comunitário. Já foi garantida a instalação de uma barreira eletrônica entre a QEs38 e 40. E acima de tudo a QE38 precisa, além de infraestrutura, de cultura, lazer e esportes.
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