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Pelo menos quatro professores são presos durante protesto em Brasília

Grupo fechou o Eixão; PM usou bombas e spray de pimenta para liberar via. Categoria reivindica reajustes acordados em 2013 e suspensos pelo GDF.



Pelo menos quatro professores foram presos em confronto com a Polícia Militar durante manifestação na tarde desta quarta-feira (28) em Brasília. Os professores, que estão em greve desde o último dia 15, haviam fechado o Eixão. Os policiais chegaram a usar bombas de efeito moral, spray de pimenta e tiros de borracha para liberar a via.

Os professores reivindicam o pagamento de reajuste salarial escalonado que havia sido aprovado na gestão anterior. Eles estão em greve desde o último dia 15.


Por nota, a PM disse que "Batalhão de Choque foi acionado e desobstruiu a via com o uso gradativo da força e dos meios legais para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos que trafegavam por aquele local".

Segundo a PM, o uso da força ocorreu após uma hora de negociação para a liberação da via. "Quatro manifestantes foram detidos, sendo dois por desacato e dois que pararam ônibus coletivos e tomaram as chaves dos motoristas com o intuito de fechar o Eixinho W", diz a nota.

O diretor de imprensa do Sindicato dos Professores, Cléber Soares, diz que cerca de cem pessoas fecharam duas faixas do Eixão para "dialogar com a população". "A gente ocupou e rapidamente a polícia chegou. A polícia chegou e nós negociamos a saída. Quando estávamos entrando no carro, chegou a polícia de choque e comecou a atirar. Geralmente eles atiram para cima, mas atiraram contra a gente."

"O objetivo era mandar um recado para o governador com esse processo todo de congelar salários, e aí na saída isso aconteceu. A confusão chegou a esse absurdo de pessoas serem presas. Nossa programação era de ser algo rápido. O problema é para o policial que tudo o que [a gente] diz é desacato. A gente não pode discordar", disse a diretora do Sindicato dos Professores, Rosilene Correia.

Em nota oficial o governo lamentou que alguns poucos professores, sob o comando do sindicato, tenham radicalizado o movimento grevista que realizavam com o fechamento de vias públicas e interrupção do tráfego. Assim, além de prejudicar os alunos das escolas públicas e seus pais, esses professores em greve causaram transtornos a milhares de pessoas que transitavam pelas vias de Brasília.

Em nota, o governo do DF criticou a manifestação dos professores. "O governo de Brasília lamenta que alguns poucos professores, sob o comando do sindicato, tenham radicalizado o movimento grevista que realizam com o fechamento de vias públicas e interrupção do tráfego. Assim, além de prejudicar os alunos das escolas públicas e seus pais, esses professores em greve causaram transtornos a milhares de pessoas que transitavam pelas vias de Brasília", diz trecho da nota .

O deputado Chico Vigilante (PT) repudiou o uso da força contra os professores. "Eu lamento essa atitude da Polícia Militar. Não é correto esse tratamento dado aos professores.
Greve não se resolve com polícia, não se resolve decretando ilegalidade. Greve se resolve negociando com os servidores."

Confusão - Durante a manifestação, um ônibus urbano chegou a ser usado em uma suposta tentativa de fechamento do Eixinho. Soares disse que o motorista do ônibus teria se assustado com o barulho das balas de borracha disparadas por policiais e tentou fugir do local, razão pela qual o veículo acabou parado sobre o canteiro e na contramão.

O motorista do ônibus, no entanto, disse que o veículo foi invadido por um grupo de manifestantes, mesma versão dada pela PM. "Eles entraram na nossa frente e abordaram o ônibus. Pararam a gente. Tomaram a chave", disse.

Pouco antes da manifestação no Eixão, outro grupo de professores havia fechado a Ponte do Bragueto, que dá acesso às regiões de Sobradinho e Planaltina. A via foi liberada cerca de uma hora depois de ter sido fechada.



Reajuste - O governador anunciou na semana passada que o reajuste dos servidores públicos, que deveria ter ocorrido em setembro, será pago integralmente a partir de 1º de outubro do ano que vem. A medida não inclui os retroativos, que não têm data para serem quitados. “Os reajustes que deveriam ser implementados a partir de setembro não estão sendo implementados por total impossibilidade de fazê-lo”, afirmou durante o anúncio da medida.

“No ambiente de crise, em que o PIB está decrescente, essa é uma grande conquista. Estamos fazendo isso a partir de um grande esforço para garantir a implementação do reajuste. O DF será a única ou uma das poucas unidades da federação que dará aumento no ano que vem”, disse Rollemberg.

O pagamento depende da aprovação de um conjunto de projetos já encaminhados ou que ainda serão enviados à Câmara Legislativa. Ele afirmou que acredita que o Legislativo vai colaborar com o governo. “Esse é um tema de interesse da cidade, e os deputados sabem que estamos fazendo aquilo que é possível.”

O chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, afirmou que o governo espera ter um acréscimo de R$ 500 milhões na receita de 2016 com a aprovação do pacote de projetos enviado ao Legislativo.

Rollemberg declarou que grande parte dos projetos enviados à Câmara são de venda de imóveis em que o recurso entra de uma vez. Ele disse que o pacote será importante para o orçamento do ano que vem, mas que não garante o pagamento dos anos seguintes.

No último dia 20, o Tribunal de Justiça considerou ilegal e abusiva a greve dos professores da rede pública e determinou a volta imediata às funções, sob pena de multa de R$ 400 mil por dia ao sindicato em caso de descumprimento. Segundo o magistrado, o motivo alegado pelos professores não justifica a paralisação.

Veja íntegra de nota do GDF

"O governo de Brasília lamenta que alguns poucos professores, sob o comando do sindicato, tenham radicalizado o movimento grevista que realizam com o fechamento de vias públicas e interrupção do tráfego. Assim, além de prejudicar os alunos das escolas públicas e seus pais, esses professores em greve causaram transtornos a milhares de pessoas que transitavam pelas vias de Brasília. O governo nunca deixou de receber os sindicatos e já deixou claro, aos servidores e à população, que não tem condições orçamentárias e financeiras de pagar agora os reajustes salariais concedidos em 2013. As greves e a interrupção de vias em nada contribuem para que os pagamentos possam ser feitos.

O governo de Brasília tem a obrigação de assegurar à população o livre trânsito pelas vias da cidade e não pode permitir que algumas pessoas interrompam o tráfego por sua vontade ou a qualquer pretexto. A Polícia Militar agirá sempre, dentro da lei e de suas atribuições, para impedir o fechamento de vias públicas."

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