Espetáculo "Pedaços de Maria" e trilogia lambe-lambe chegam à Casa Buriti em noite de arte, escuta e transformação
No próximo sábado, dia 19 de julho, às 17h, a bucólica Casa Buriti, em Olhos D’Água (GO), abre suas portas para receber uma noite que promete ser inesquecível. A comunidade será palco de mais uma parada do projeto Gira das Desempregadas Convida, iniciativa que vem percorrendo cidades do Distrito Federal e Entorno com apresentações gratuitas de teatro, circo e formas animadas.
No centro dessa noite especial está o espetáculo "Pedaços de Maria", solo da atriz, diretora e arte-educadora Maria Tavares, idealizadora do coletivo As Desempregadas. A montagem, que costura circo, teatro e música, é ao mesmo tempo poética e popular, reunindo fragmentos de memórias e experiências que atravessam a artista e muitas outras mulheres. Com leveza e sensibilidade, Maria constrói um espetáculo tocante e acessível, onde cada riso e lágrima partilhada revela as muitas "Marias" que habitam nosso cotidiano. Como define a própria intérprete: “São pedaços meus, que são pedaços seus e são pedaços nossos”.
A noite também contará com a participação especial do coletivo As Caixeiras Cia. de Bonecas, grupo brasiliense com forte atuação no teatro de formas animadas. Elas trazem para Olhos D’Água a trilogia "Enquanto Houver Amor Eu Me Transformo", composta por três espetáculos do gênero teatro lambe-lambe, apresentados em pequenas caixas cênicas para um espectador por vez. A proposta é criar uma experiência íntima, sensível e imersiva, onde o público possa mergulhar em narrativas breves e profundas, com duração de 3 a 6 minutos.
Cada espetáculo da trilogia é conduzido por uma artista diferente. “Revoar”, com Amara Hurtado, utiliza bonecos de sombra e é indicado para maiores de 14 anos. “Amor de Cão!”, com Jirlene Pascoal, recorre à manipulação direta de bonecos para contar uma história acessível a todas as idades. Já “Amor – título provisório inalterável”, com Mariana Baeta, é uma obra mais densa, indicada para maiores de 16 anos, e utiliza manipulação de objetos para provocar reflexões sobre o afeto, o tempo e os vínculos. Para garantir acessibilidade, as apresentações contarão com sessões com audiodescrição.
A Gira das Desempregadas Convida é mais do que uma circulação artística. É um projeto de articulação entre coletivos femininos, que aposta na arte como espaço de escuta, empoderamento e transformação social. Contemplado com recursos da Lei Paulo Gustavo, o projeto realizará 33 apresentações gratuitas ao longo de julho e agosto, em nove localidades da RIDE (Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno), como Valparaíso, São Sebastião, Planaltina, Ceilândia e Olhos D’Água.
Para Maria Tavares, diretora e idealizadora do projeto, a Gira é uma provocação e um convite. “Queremos que as mulheres protagonizem suas histórias. Que o público se veja refletido em cena. A arte tem esse poder de tocar, de curar, de transformar. E acreditamos que a cultura deve ser um direito de todos — acessível, descentralizada e potente”, afirma. Por isso, além das apresentações em espaços culturais, o projeto também inclui sessões especiais em escolas públicas de São Sebastião, voltadas para adolescentes, com ações de inclusão como intérprete de Libras, materiais em Braile e audiodescrição.
Ao reunir coletivos de mulheres que protagonizam suas criações e abordam temas urgentes como identidade, afeto, escuta e resistência, a Gira das Desempregadas marca seu lugar como uma revolução silenciosa, feita com poesia, bonecos e melodias. Em Olhos D’Água, essa revolução ganha o calor do cerrado e o acolhimento de uma comunidade que sabe reconhecer o valor da arte viva.
É chegada a hora de girar com elas. Leve o coração aberto — porque quando há amor, há transformação.
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